É lamentável que, em pleno 2024, os alunos da sala anexa da Escola Vereador Amarílio Gomes, localizada no distrito de Pirizal, tenham sido excluídos dos Jogos estudantis Escolares — um evento que deveria promover integração e inclusão entre os estudantes.
A decisão, tomada de forma unilateral pelo diretor da escola, representa um grave retrocesso. Ela privou os estudantes de uma oportunidade valiosa de convivência e competição saudável, além de ignorar os princípios básicos de uma gestão democrática. Pais e alunos relatam que nenhuma explicação coerente foi fornecida, apenas um seco e desanimador "não".
Eduarda, uma das estudantes afetadas, questiona o papel inclusivo da escola: "Nos ensinam a acolher a todos, mas, na prática, estamos sendo excluídos." A indignação de Eduarda ecoa entre outros alunos e seus responsáveis, que denunciam o descaso e a falta de respeito com a comunidade escolar de Pirizal.
Este evento esportivo, aguardado há anos, marca o retorno das competições escolares no município. No entanto, a ausência de uma parcela significativa de estudantes levanta sérios questionamentos sobre os critérios adotados na organização. Mathias, outro aluno excluído, pontuou: "Temos o direito de participar. Essa exclusão é inaceitável."
Segundo relatos, o diretor teria consultado apenas uma professora antes de tomar a decisão, ignorando a opinião de outros docentes e da comunidade escolar. Tal atitude reflete uma gestão centralizadora e alheia aos valores de equidade que a educação pública deveria priorizar.
Essa exclusão vai além de um erro de gestão: é um sintoma de um problema estrutural. A escola pública deve ser um espaço que promove inclusão e igualdade de oportunidades para todos, independentemente de onde os alunos residam. A expectativa é que o diretor reveja sua decisão e adote práticas mais dialogadas e respeitosas em futuras ações.
Pais também manifestaram sua indignação, comparando a decisão a um resquício de tempos autoritários, quando não havia espaço para diálogo. Um dos pais responsáveis relatou que, ao questionar o diretor pelo aplicativo de mensagens, recebeu apenas uma resposta curta e evasiva: "Não."
Procurado pelo nossa equipe de reportagens para comentar o caso, em que o diretor foi questionado sobre os critérios utilizados e se houve consulta à comunidade escolar. Até o momento, não apresentou uma resposta concreta sobre o ocorrido.
Este episódio traz à tona um importante debate sobre a inclusão no ambiente escolar e o papel da gestão em garantir a participação equitativa de todos os alunos. Pais e alunos exigem uma revisão urgente da decisão e um compromisso com o diálogo, para que situações semelhantes não voltem a ocorrer.
Os Jogos Estudantis Escolares deveriam simbolizar a união e o espírito esportivo. No entanto, para os alunos de Pirizal, tornaram-se um exemplo de discriminação e desrespeito. A gestão escolar tem a responsabilidade de corrigir essa injustiça e reafirmar o compromisso com os princípios da educação inclusiva.