A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) está focada na renovação de suas concessões de distribuição de energia, buscando um novo ciclo de investimentos bilionários. As concessões da RGE e CPFL Paulista, com vencimento no final de 2027, e da CPFL Piratininga, em 2028, estão no radar da empresa.
Segundo o CEO da CPFL, o processo de renovação entrará em uma segunda fase regulatória para detalhar os termos do novo contrato. Um ponto crucial em discussão é a possibilidade de que os investimentos das distribuidoras sejam reconhecidos na tarifa anualmente, em vez de a cada 4 ou 5 anos.
A companhia planeja investir R$29,8 bilhões nos próximos cinco anos, com foco principal na distribuição de energia. Entre os projetos, destaca-se a substituição de 1,6 milhão de medidores convencionais por medidores inteligentes para consumidores de baixa tensão nas áreas de concessão da CPFL Paulista, CPFL Piratininga e CPFL Santa Cruz até 2029.
Em paralelo, a CPFL intensificou as ações para reduzir a inadimplência nas contas de luz, especialmente entre consumidores de baixa renda, por meio do aumento do volume de cortes de energia. Essa medida visa garantir a sustentabilidade financeira da empresa e a continuidade dos serviços prestados.
"A gente saiu de uma média de 500 mil cortes (por inadimplência) por trimestre ao longo do ano passado, batemos 725 mil cortes no quarto trimestre. Isso aqui já trouxe um reflexo positivo" disse Estrella, CEO da CPFL.
Na área de geração de energia, a CPFL continua enfrentando prejuízos devido às interrupções na produção de suas usinas, impostas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O CEO da empresa classificou a situação como "urgente", demandando uma solução de curto prazo para o setor.
"Tenho cortes na faixa de 20% (da geração) nos nossos projetos. No ano o impacto negativo foi de R$272 milhões e, no quarto trimestre, R$88 milhões" afirmou o CEO da CPFL.
A CPFL projeta que os cortes na geração de energia renovável persistirão neste ano, o que pode representar riscos de solvência para empresas menores do setor. A empresa espera que o governo, sob a liderança de Lula, defina em breve uma janela de assinatura para a renovação das concessões.
"A perspectiva é que sim, a gente deve seguir, o governo vai definir uma janela de assinatura para agoraâ?¦ Obviamente a nossa intenção é pela renovação" completou Estrella.
*Reportagem produzida com auxílio de IA