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Dia Internacional da Mulher: Uma luta que vai além do 8 de março

Por Guilherme Melo em 05/03/2025 às 16:40:11

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é uma data que convida à reflexão sobre as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, bem como os desafios persistentes na busca pela igualdade de gĂȘnero. No Brasil, embora tenham ocorrido progressos significativos, dados recentes evidenciam que ainda hĂĄ um longo caminho a percorrer.

De acordo com o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher de 2024, as mulheres representam 51,8% da população brasileira. Entretanto, enfrentam desigualdades em diversas ĂĄreas. Por exemplo, a taxa de feminicídios cresceu 0,8% entre 2022 e 2023, totalizando 1.467 casos, o maior número desde a promulgação da Lei do Feminicídio hĂĄ uma década.

Além disso, uma pesquisa do DataSenado revelou que aproximadamente metade das mulheres acreditam que não são tratadas com respeito no país. A professora Maísa Colombo, mestra, psicóloga e docente de psicologia da EstĂĄcio, enfatiza que o dia vai além de uma celebração. "Os dados servem como um lembrete da luta contínua das mulheres por direitos iguais e da necessidade de apoio psicológico para enfrentar as adversidades impostas pela sociedade", destaca.

A psicóloga destaca que a desigualdade de gĂȘnero pode levar a sérios impactos na saúde mental das mulheres, incluindo ansiedade e depressão. "É fundamental promover espaços de escuta e acolhimento, onde as mulheres possam partilhar as suas experiĂȘncias e encontrar suporte emocional. Além disso, o desenvolvimento de políticas públicas para esse suporte para mulher", acrescenta.

Maísa também ressalta a importância de uma atuação eficaz da iniciativa privada. "Não basta realizar campanhas e ações pontuais no Dia da Mulher. As empresas devem adotar prĂĄticas concretas ao longo do ano, garantindo salĂĄrios justos, benefícios adequados e ambientes livres de assédio. A igualdade de gĂȘnero precisa ser um compromisso contínuo e estruturado", enfatiza.

Políticas Públicas

No Brasil, existem algumas iniciativas que tĂȘm contribuído para a promoção da igualdade de gĂȘnero. A criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres e a implementação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres são marcos importantes na institucionalização de ações voltadas para a equidade.

Marcela Iossi, mestra e docente de direito da EstĂĄcio, destaca que é necessĂĄrio existirem programas que visam a inclusão de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio da educação e do trabalho. "O projeto "Mulheres Mil", por exemplo, tem sido eficaz ao proporcionar capacitação profissional e oportunidades de emprego, contribuindo para a autonomia financeira dos participantes", explica.

Outro avanço significativo foi a aprovação da Lei da Igualdade Salarial, de Número 14.611/2023, que busca equiparar a remuneração de homens e mulheres que exercem a mesma função. "Essa legislação representa um passo importante na redução da disparidade salarial de gĂȘnero, embora sua efetividade dependa de uma fiscalização e da conscientização das empresas", pondera Iossi.

Desafios Persistentes e Caminhos para o Futuro

Apesar dos progressos, as mulheres brasileiras ainda enfrentam desafios considerĂĄveis, como a violĂȘncia de gĂȘnero e a sub-representação política. "É imperativo que continuemos a fortalecer as políticas públicas existentes e a desenvolver novas estratégias que abordem essas questões de forma integrada", sugere.

Para a docente, a educação é uma ferramenta poderosa na transformação dessa realidade. "Promover uma educação inclusiva e não sexista desde as primeiras etapas escolares pode contribuir para a formação de uma sociedade mais justa e igualitĂĄria", conclui.

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