Uma idosa de 103 anos teve o pĂ© amputado sem anestesia em sua residĂȘncia no Distrito Federal. O procedimento, ocorrido em dezembro de 2024, foi realizado por uma enfermeira contratada pela famĂlia da vĂtima, que Ă© cega e acamada e apresentava necrose no membro.
O caso chocante veio à tona após denĂșncia feita em janeiro de 2025 ao Instituto Eva, organização que defende mulheres e idosos vulnerĂĄveis. A denĂșncia resultou numa investigação conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes contra Pessoas Idosas ou com DeficiĂȘncia (Decrin).
Após a amputação, a enfermeira e a famĂlia enfrentaram dificuldades para descartar o membro necrosado. Mensagens de WhatsApp revelam a tentativa da profissional de se desfazer do pĂ© amputado em um hospital pĂșblico do DF, sem sucesso. Em uma das mensagens, ela menciona estar "tendo problema por causa do pĂ©" e ri.
"Na manhã da Ășltima segunda-feira, 27, a Decrin tomou conhecimento que uma idosa de 103 anos teve seu pĂ© amputado em casa, em razão de necrose." concluiu a PolĂcia Civil em nota.
A PolĂcia Civil, após tomar conhecimento do caso, orientou o denunciante a registrar a ocorrĂȘncia formalmente para uma anĂĄlise completa dos fatos. A investigação apura se houve negligĂȘncia ou crime no procedimento.
Apesar de haver indicação mĂ©dica para amputação devido à necrose, a famĂlia optou por cuidados paliativos em função da idade avançada da idosa. A PolĂcia Civil, em nota, afirma que "consultas preliminares com um perito mĂ©dico-legista mostram que os procedimentos seguiram protocolos de cuidados paliativos".
A idosa recebe assistĂȘncia mĂ©dica contĂnua em casa desde 2023. O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) estĂĄ acompanhando o caso e condena prĂĄticas que violem os preceitos Ă©ticos e legais da enfermagem, aguardando a conclusão da investigação policial para determinar o tipo de procedimento.
A investigação da PolĂcia Civil segue em sigilo, incluindo a obtenção de informações tĂ©cnicas, depoimentos e exames periciais. O inquĂ©rito policial apura as circunstâncias do ocorrido e definirĂĄ se houve ou não ilĂcito penal. A enfermeira e a famĂlia são os principais alvos da investigação da Decrin. O caso envolve uma idoso de 103 anos e levanta questionamentos sobre os cuidados paliativos.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA